O Léo chegou by Tati Borges

Tugão já fez sua graça aqui no blog contando sobre a chegada do Tuguinha Leonardo, então agora é a minha vez!!!

Bom... tudo começou (eu acho) que na 5° feira, dia 28/07/10... como bem disse o Bruno, estava me preparando pra dormir, passando fio dental nos dentes quando resolvi fazer um comentários sobre o episódio de Família da Pesada que ele assistia na TV do quarto, quando resolvi dizer a palavra "Pretzel" e engasguei bonito com a própria saliva!!! Desatei a tossir, porém gestante não tem força no abdomen, ele tá distendido por conta do bebê, então imagine a loucura pra desengasgar??? Perdi o ar, enchi os olhos de lágrima e aquela tossinha ridicula que não desengasgava nada... até que beleza... sofri mas sobrevivi. Tudo passou e fomos dormir. Bruno continuou vendo TV e eu, lógico, apaguei (mas duvido que eu ronquei, quem ronca é o Bruno).

Exatamente as 1:30 da matina, sinto uma pontada de cólica. Nada demais, juro que era tipo cólica menstrual, daquelas de primeiro dia que a gente toma Ponstan e passa. Porém, junto veio uma "água quente". Teria eu,mijado nas calças??? Coloquei a mão para ver se meu tato confirmava minha sensação e soltei um "Noooooooossa!!!!" Bruno, deu um pulo e eu disse: acho que a bolsa rompeu!!!

Fui ao banheiro e sim... a bolsa havia rompido, é muito líquido vocês nem tem noção!! Praticamente igual novela rsrsrs. E as cólicas seguiam e sentia as contrações ao colocar a mão sobre a barriga, ela estava dura. Não consegui contar lhufas de duração e intervalo de contração, mas eu acho que devia tá tudo irregular. Liguei para minha GO, Dra Patrícia Ramos Varanda que prontamente me atendeu (ela diz que dorme com o celular embaixo do travesseiro e no vibracall) e contei pra ela oque tava se passando. Ela então disse para que fossemos pra Maternidade de Campinas passar no pronto atendimentode lá. Enquanto eu falava com ela, já ia jogando em cima da cama calcinha, pijama, sutian amamentação, tudo que eu lembrava que deveria ter numa mala de mãe já que eu não havia feito a minha ainda, só a do Leonardo que tava prontinha!!!

Fui pra Maternidade, os xingos que o Bruno disse que eu dava á cada buraco é porque a cada buraco, mais líquido amniotico vazava!!  Cheguei na Maternidade nojentamente ensopada. 

Fui atendida pelo plantonista, e ouvi ele ao telefone passando o caso pra Dra. Patrícia: "Paciente Tatiana, 35 semanas e 4 dias de gestação, bolsa rota, cólo íntegro" Ou seja... minha bolsa havia rompido, deviam ser umas 2:15 da manhã e eu não tinha nada de dilatação. Fui para uma sala de exame, fazer "monitorização fetal", a gente fica lá deitada por uns 30 minutos com eletrodos na barriga pra ver as condições do bebê, batimentos cardíacos e tals já que tudo aconteceu cedo demais...

Nisso, Bruno foi cuidar da minha internação. 

Acabado o exame, subi para a internação e então soube que eu ainda estava na carência do quarto privativo, fomos pro coletivo e nem tinha paciente no mesmo quarto, poderia até ter ficado lá, mas  quando a enfermeira disse super com dor no coração que o Bruno teria que sair, não poderia ficar junto, quase chorei e fizemos um "up grade" pro quarto privativo. Neste momento, deveriam ser quase 3hs da madruga e eu comecei a sentir que o bicho tava começando a pegar... as contrações começaram a ficar mais fortes, a dor aumentar e eu sem nenhum remédinho, nem soro com ocitocina (que induz e acelera o trabalho de parto) nada... estava do jeitinho que estaria se tivesse ficado em casa!

Rapidão e trocamos de quarto, outro nível, outro andar, TV de LCD no quartinho, sofazão-cama pro maridão, cadeirão de amamentação... um luxo rsrsrs!

Liberei Bruno pra vir pra casa buscar as coisas que eu havia jogado em cima da cama (minha mala rsrsrs) e outras coisinhas e pedi pra ele voltar rapidão. 

Entra uma enfermeira no quarto, pica 2 veias, e não consegue pegar nenhuma... chama uma outra e pronto, pegar uma veinha. Pra eu não xingar esse fura fura, é porque neste momento já sentia dores mais intensas e tava louca pra me darem um remédinho!!

Daí pronto,vem a enfermeira com o sorinho. Eu,que sou mega encanada, virei pra moça e disse: Você está com meu cartão de gestante? E ela ressabiada: "Sim...porque??" E eu respondi: "Você viu que eu sou alérgica á dipirona, ácido acetilsalícilico e tenho fator RH negativo??? A enfermeira olha o tubo de soro com remédio e diz:"Alérgica á dipirona e o Dr. Plantonista receitou Buscopan Composto??? E eu, super simpática disse a ela: "Nossa heim??? Ainda bem que mesmo em trabalho de parto eu tô ligadinha, senão seria um trabalho de parto em choque anafilático (exagerei rsrsrs)... 

E enfermeira ligou de volta no pronto-atendimento pra avisar o Dr.Plantonista que eu não poderia tomar aquela medicação prescrita e o bonito estava dormindo... ela não conseguiu falar com ele...

Daí fodeu geral!!! Sem medicação nenhuma, comecei a sentir uma contração atrás da outra, a famosa dor do trabalho de parto!!! E juro que vou decepciona-las, mas é realmente indescritível!!! Eu só conseguia rezar!!! Cantava mentalmente durante cada contração aquela musiquinha que aprendi da época que frequentava missas aos domingos "Jesus está aqui, aleluia, tão certo como o ar que eu respiro.." E me lembrava de todos os blogs de gestantes bicho-grilo naturalistas que li, que curtem um parto natural, em casa, "no pelo", curtindo cada dor das contrações e lembrava que elas diziam que ao invés de curtir a dor, você tem que relaxar e pensar/mentalizar o seu filho vindo, você dilatando, ele se preparando... a-hã... bem que tentei! Rsrsrsrs! E eu que achava essas mulheres tão doidas, e eu que só queria um parto normal em ambiente hospitalar com intervenções tava igualzinho elas... tendo um parto natural, "na raça", sem intervenção médica até então (porque o remédio que a besta do Dr. Plantonista prescreveu me dava alergia) só que em ambiente hospitalar...

E Bruno que não voltava... e as dores aumentavam... é tipo uma dor que vem em salvas, só durante as contrações, duram em média 50 segundos, depois elas passam por minutos, depois voltam... e assim... é uma mega cólica que dói no útero junto com uma dor no osso do quadril, dói até o cóccix (ossinho da bunda) e junto vem acompanhada de um descontrole, parece que a gente vai desmaiar de dor, parece que vamos vomitar... é sem dúvida o sintoma mais punk que já senti!

Chamei a enfermeira e pedi pra ela pelo amor de Deus fazer alguma coisa, ligar de novo pro Dr. Plantonista dorminhoco que eu não tava aguentando mais de dor! Ela ligou e o fofo disse que "não me daria nenhum medicamento até que minha médica chegasse porque eu sou alérgica"... Meo... pra eu não dar xilique com um cara desses, é porque eu realmente tava bem mal! Pedi pra simpática enfermeira ligar pra Dra Patrícia então, ainda complementei: "Moça pode ligar que ela é boazinha, e se você não ligar eu ligo" (já segurando o celular na mão.) E ela disse que ligaria então. 

Daí Bruno já chegou, a enfermeira logo voltou dizendo que ligou pra Dra Patrícia e que ela tava á 10 minutos de chegar ao hospital. E eu lá... em trabalho de parto, na raça,mas agora tendo a mão do Bruno pra segurar!!!

Dra. Patricia chegou, veio me examinar, e disse que em umas 2hs de trabalho de parto propriamente dito, eu tinha ido de colo íntegro pra 6 de dilatação, que minha evolução estava espetacular... que mais algumas horas e já chegaria á dilatação total.

Só que até então, Dra patrícia toda animadinha nem imaginava que eu estava prestes a desistir do meu tão sonhado parto normal!!! Isso seria "ponto de pauta" da consulta dessa segunda, dia 02/08 se Leonardo não tivesse se apressado... o motivo pelo qual eu quase desisti, e o relato do parto propriamente dito, venho contar em breve... é que agora tem um leaozinho esfomeado chorando querendo mamar!!!!

Prometo voltar rapidão pra terminar a história!!!